segunda-feira, 25 de fevereiro de 2019

Beija-Flor: oficina de audiovisual intergeralcional com Laryssa Machada

1o dia: 
conversamos sobre a importância da troca de conhecimento entre os jovens e os mais velhos, incentivando a escuta atenta para com seus avós.
falamos sobre a utilidade do celular como ferramenta para criação artística e de registro. eles falaram que já fazem atividades que envolvem audiovisual e que ano passado realizaram uma cartografia afetiva nas suas comunidades. são bem empolgados com o assunto.
assistimos e comentamos alguns videos, curta-metragens, clipes, feitos com o celular, por jovens indígenas e periféricos.
falamos um pouco sobre técnicas básicas de como gravar e entrevistar.

2o dia:
recebemos a visita das idosas do NCI Pereira. foi um encontro bem intenso e inspirador. xs idosos compartilharam várias histórias de luta e superação em roda, enquanto os jovens escutavam de olhos atentos. foram realmente fortíssimas as histórias, de pessoas que cresceram sem pais ou com grandes dificuldades econômicas. dialogou bastante com a realidade dos jovens.
num segundo momento cada jovem escolheu uma idosa e teve um momento de troca mais íntimo, ouvindo e compartilhando. alguns registraram, outros não. ressaltamos a importância maior de escutar com atenção e sensibilidade do que de apenas ansiar por imagens. foi bonito. muitos se emocionaram.
fechamos com uma breve avaliação do encontro, na qual todes se mostraram satisfeitos.

3o dia:
comentamos sobre como foi o dia anterior, se gostaram e o que bateu pra eles. vários citaram o depoimento de uma idosa de 80 anos que cresceu na Fundação Casa, morou na rua, adotou uma filha, fez cinema na USP e hoje está ótima. falaram que ela era muito chavosa. pra outros pareceu um pouco cansativo só escutar.
assistimos aos vídeos e fotografias realizados no dia anterior. comentamos sobre o que poderia melhorar - eles mesmos apontam os problemas. conversamos bastante sobre seus interesses (filmes, canais no youtube). assistimos alguns trechos de "Besouro", filme brasileiro sobre capoeira que pega forte a atenção da maioria.
os jovens pegam as câmeras e fazem algumas imagens, ao passo que vamos compartilhando técnicas.


pt. análise pessoal: foi incrível. as pirraia são muito ligeiras e porosas pra trocar e aprender. as idosas têm histórias de renovar as ganas de vida. muito queridas e fortalezas. infelizmente tivemos bem pouco tempo, porque cada encontro durou cerca de 1h30 (exceto o 2o que durou umas 2h30), o que dificulta um pouco o aprofundamento em técnicas e tal, que as crias tem o seu tempo de distração/etc.
eu e nube falamos sobre o desafio de criar realmente uma troca entre as gerações, por as idosas terem bastante pra falar e os jovens uma leve timidez ou impaciência.
acho que foi bem positivo como um todo e as histórias que realmente tocaram cada uma de nós "transcendem o registro e ficam na memória", como disse Ilda, a idosa que fez a primeira fala.

quinta-feira, 17 de janeiro de 2019

ajuntando o que faz sentido

Chegamos até aqui, três anos de trajetos celulares. Faz tempo que surgiu a vontade de ouvir histórias banais de idosas do cotidiano. E agora, nessa reta final, vão nos atravessando as faltas, o que não sabemos, e, por fim, a agonia de ter que transformar um projeto que é todo carinho e afeto em produto, porque ou é isso ou é morrer aqui, sem verba e sem tempo esse fazer tão bonito, que tem guiado os tempos. 
Por outro lado, sobram as ausências de um trabalho tão longo: porque não temos mulheres de outras organizações sociais, de tradição oral, que valorizam o passar do tempo e a sabedoria de quem viveu mais: aprender a escutar as histórias como exercício formador da identidade, do corpo no mundo, do fazer cotidiano. E assim vão se abrindo os caminhos - e que todo fazer artístico precisa também de uma roupagem de mercadoria.
Não sei porque essa alumiação só veio agora. De algum jeito é também uma sensação de estar descolada do mundo, das importâncias, de além do umbigo. Pensando nisso, convidamos Laryssa Machada para compartilhar as suas experiências e produções audiovisuais. Compartilha das experiências com idosos e com a escuta de histórias - e também das investigações sobre corpo atravessado no mundo - e esse aproximar é também grande possibilidade de desenrolar futuros, e seguir trabalhando.

Refúgio de raiz - Comunidades quilombolas do RS
Memória Viva

terça-feira, 8 de janeiro de 2019

comunitária nov18


Com a incrível proposta de sair rumo à minha primeira residência artística, em novembro rumei só para a Argentina, minha primeira vez fora de território +55. Alguns meses antes me inscrevi no programa de residência Comunitaria, iniciativa do MuBAL, Museu de Belas Artes de Linconl, na província de Buenos Aires em parceria com Curatoria Forense. 
Partimos 11 artistas - maioria brasileiros e todos falando um mal espanhol, ansiosos sobre comunicar-nos, mais 3 curadores. Desde a cidade de Buenos Aires, atravessamos cinco horas de trigo e soja numa reta infinita, embalados de sono e cumbia rumo à nossa primeira parada em Linconl. Três dias depois, cada um de nós artistas partiu para um dos onze pueblos para nossa experiência. Fui para Martinez de Hoz (a saber, sobrenome de notório militar do período ditatorial da Argentina, assim como seu distante parente espanhol, militar que roubou terras Mapuches onde hoje está fincado "meu" pueblo). Cidadezinha de mil habitantes - uma das maiores entre as onze. 
De antes já conhecendo meu trabalho com idosas, o delegado da cidade, algo como o prefeito, se põe a me apresentar os mais diversos idosos do lugar, que me parece a população que abunda. De fato, por só possuir ensino para jovens até 18 anos, a maioria se vai para estudar. Alguns voltam, muitos não. Inevitavelmente, surge a saudade do trem - há 30 anos, quando passava, os jovens podiam estudar em outros lugares e seguir morando em MdH, devido ao baixo custo do transporte. Hoje não há coletivos, se não possui carro é preciso ir "de dedo" a outros lugares. Também há que não sinta falta do trem: com ele, não teriam trabalho os caminhoneiros que escoam toda a produção de soja e trigo do pueblo; profissão que parece ser uma mais comum entre os homens adultos do lugar. 
É estranha a sensação de que todos te olham quando passa, e quando é real é ainda mais assustadora. Ando pela cidade, gosto da hora da siesta, ainda que o sol pareça querer colar-me no asfalto. Caminho pelos dias, como andar à deriva por uma cidade de 29 quadras? Não há pixos - nem nenhum tipo de intervenção urbana que preencham o tempo do caminhar. Me fisgam as casas vazias, são tantas, entrando em quintais sem portão para ver as casas - algumas cheias de lixo e plantas, outras fechadas sendo gentilmente envolvidas por abraços vegetais. São convidativas, e de repente me percebo em dúvida se estão vazias ou não. Todas as casas estão de janela fechada (mais tarde descubro que também de luz acesa e tv ligada) apesar do sol escaldante luminoso que faz fora. Passo a investigar as teias de aranha que estão em tudo: nas janelas, nas dobradiças, nas fechaduras. Quando começo a entrar em jardins vazios, me deparo com papoulas. Em toda MdH há papoulas, ervas daninhas. Me pergunto se tantas amapolas soltando seus aromas sob o sol quente dá canseira nas pessoas dali. 
Uma tarde de sol, catando papoulas e outros matos floridos e fugindo dos cachorros que ladravam mais, cheguei ao hogar de ancianos, na última quadra asfaltada, antes do "subúrbio", como me disse uma moradora, as casas que ficam nas ruas de chão de terra vermelha, à beira dos campos de trigo. Me pareceu um convite para entrar. Apesar da pesquisa sobre idosos, há muito não entrava num asilo. É triste que a força que se faz para não enxergar a velhice é real, e lá estavam 12 idosos, trancafiados dia e noite em uma casa. Me acolhem receosos, alguns me evitam. As que conversam comigo, peço que desenhem um mapa da cidade, recurso que usei para me aproximar de crianças e puxar assunto com os adultos. Se nos mapas das crianças abundam praças e padarias, o hogar, ausente nos mapas, é o único que as senhoras podem desenhar. Não se lembram da cidade, não são dali, não existe urbe além das paredes que limitam seus dias. É hora do jantar, prometo voltar no dia seguinte.
Voltar cria uma reação de afeto muito grande, elas me beijam, me abraçam, perguntam da minha vida, contam as histórias do passado e as dificuldades da convivência com pessoas que não possuem laços, mas são obrigadas. Sigo voltando dia após dia, e tenho ganas de levar companhia para elas, de levá-las para Buenos Aires para passear, tenho ganas. Esse desejo avança, ganha espaço, e penso o que se pode fazer em uma semana de viver em um lugar, estar, pertencer, partir e afetar. Se de um lado, a vontade de trabalhar com texto, do outro, a vontade de tentar algo novo. Me ocorre fazer lambes em tamanho natural de cada um dos moradores do hogar e espalhá-los pela cidade, com uma linha de tinta que os ligasse cada um deles ao ponto de partida, sua - provavelmente - última casa. Por questões burocráticas com a urbe - tão pequena, tão vigiada, tão podada que nem mesmo a arte de rua cabe, fui de interferir no espaço. De emergência, encontra-se uma vitrine no espaço mais próximo de um centro cultural que pode sobreviver na árida Martinez de Hoz, Independizarte. 
Depois de apresentar às minhas amigas seus duplos sorridentes, levo as outras elas para fora, para o ar, para caminhar as poucas quadras de MdH. Respiram pouco, e logo estão encarceradas de novo, mas dessa vez olhando a cidade. Vou pregando Fanny, Juanita, Irene, Virgínia, Maria Elsa, Martín, Hilda, Irma. Sorrindo através do vidro, preenchidos de pueblo, corpos velhos, esquecidos, abandonados, invisíveis flutuando na vitrine, na única esquina que fala de arte por ali. 

Venho embora atravessadas de questões, e a certeza que meu trabalho é sobre escuta, observação e incômodos.

domingo, 16 de dezembro de 2018

referência é tudo, bb

Chega um momento em que as lacunas em aberto dos Trajetos soam mais como descaso do que inocência, então aqui estamos. Para a etapa final desses três anos de projeto, a urgência é parar de pensar a casa, o íntimo, o individual e abrir os olhos para a sociedade, para as necessidades coletivas, para as políticas públicas, pela vivência coletiva. 
A pesquisa que vem sendo fomentada nesses anos precisa ser transformada em material acessível não só aos idosos, mas a toda comunidade - como um verdadeiro esforço de visibilização de corpos esquecidos e existências pouco valorizadas. Assim, surge a necessidade de juntar as informações, estruturar um material que tenha formatos impresso e virtual que seja material de circulação do projeto. 

Os governos municipal, estadual e federal possuem ações sociais para atender idosos, e acreditamos que tornar públicas essas informações é tarefa #1 de Chakumbolo. A princípio, usaremos uma plataforma de mapas do Google.

A vontade de fazer uma publicação sobre o estatuto do idoso e a dificuldade de se apropriar de textos jurídicos incrementa a pesquisa sobre quem está fazendo cartilhas: UNISAL, Observatório do Idoso, OAB, Assembléia Legislativa RS, Ministério da Saúde, Tribunal de Justiça DF,  obviamente o Estatuto do Idoso e o site do Ministério de Direitos Humanos que está fora do ar - coincidência? Acho que não. Achei esse pdf acessível apenas.

Também é fundamental o contato com organizações que trabalham a permanência e ação de idosos, fontes não só de pesquisa como também potenciais parceiros para divulgação e circulação do projeto dentre os quais: Fórum do Cidadão Idoso, Portal do Envelhecimento, - verificar se esse ano acontece o fórum do idoso na Cidade Tiradentes, Jornal da 3a idade, Sesc, Conselho Municipal da Pessoa Idosa, Conselho do Idoso SP, Conselho Estadual do Idoso.

Ontem conheci os Jardins de Soraya, um instituto que promove o envelhecimento com dignidade, estivemos no espaço anexo ao hospital, com amplo espaço para eventos e que atende, entre outros perfis, idosos de classes sociais bem diferentes das personagens do Trajetos. Penso na vontade de expandir o diálogo e poder circular em outros espaços da cidade - e como é que se abre esses caminhos. 

No mais é isso / engraçado como nos últimos 3 anos é o VAI que determina meus tempos, as férias, os tempos de trabalho e esse dezembro é bem meio de tudo, quem ouviu falar de férias?

quarta-feira, 24 de outubro de 2018

oroboros

Olhando para trás, Trajetos Celulares é de uma constância admirável: apesar das várias dificuldades, o grupo permaneceu, se adaptou, consegue seguir se reconstituindo, repensando, repropondo. E após quase três anos de idealizado, eu Luara, reconheço o belo percurso proporcionado pelo fomento: a possibilidade de investir não só em uma ideia movida pelo afeto de estabelecer laços com idosas, mas em um projeto de vida, Móri Zines, que vejo hoje como abertura de caminhos entre as publicações independentes. Sem esquecer os cursos que me aproximaram do inacessível e elitista mundo da arte, como me apropriar e, de fato, começar a pensar sobre o capital que circula, planejar chegar a ele. Um edital, mais do que verba, é possibilidade de desobrigar do emprego do tempo em relações  comerciais, haver estrutura e incentivo para pesquisa, criação, diálogo.

Em setembro começamos o terceiro ciclo, Conhecer idosas, reconhecer caminhos, com equipe ampliada e mais especializada, e assim esperamos alcançar o grande objetivo de tornar as histórias ouvidas até aqui públicas, aproximar o público do material produzido e, sobretudo, aproximar esse grupo diverso das questões que afetam a esfera pública do universo do idoso, o acesso  a direitos, o uso da cidade.




Após o primeiro encontro com o NCI Jardim Miriam, surgiram algumas questões e a necessidade de pensar que relação queremos estabelecer com essas idosas, como nos colocar, que questões levar em conta. Essas primeiras perguntas deram origem a essa pesquisa sobre referências de trabalhos que pensam a velhice, além de instigar questionamentos sobre que materiais queremos produzir, como queremos impactar a sociedade. Sobra a vontade de ter pernas para editar Avozine, uma publicação independente apenas com produções de idosas, abordando temas de relevância para o idoso como sujeito social. 


terça-feira, 30 de janeiro de 2018

Irrefreável fim: Dona Queta

Trabalhava na roça
Carpia café
Abanava café
Apanhava muito
Não era ruim não, a vida.

Aquela mulher franzina, enrugadinha, cheia de alegria que conhecemos há mais de ano está curvada sob o peso enorme do Alzheimer. A cada visita, sobra a certeza do que o fim se acerca, a decrepitude da memória, por mais triste que seja, ainda narra histórias circulares que se repetem como o disco riscado, ainda explodem as risadas, levanta as sobrancelhas já sem pêlos enquanto me olha. Já não me reconhece, mas também não me estranha. Terrível mesmo é o corpo definhando, o pé que não sara, a fome que não existe, a falta de forças para a longa jornada de ir ao banheiro e a falta do desejo de água. Afinal são 98 anos de roça, casamento e vila Franci. 98 anos que, em vão, tentamos capturar em memórias, poéticas, frames. A verdade é que nos apaixonamos pela personagem e isso não foi o bastante para nos ligar à velha.
Passei o dia atormentada com minha própria indisponibilidade, cumprindo apenas as visitas burocráticas, os saltos no tempo em que eu mesma não sinto no corpo: como se fosse ontem. Ela, por sua vez, cada vez mais pertinho do abismo indecifrável que é o fim, a morte, ou antes a loucura, a realidade paralela do tamanho das suas sinapses desgastadas. O fim tem cheiro, cor, e pesa muitíssimo, escorre pelos degraus, empesteia o ar, atrai as moscas, desbaratina quem está ao redor. 
Por mais pesar que me desperte, afinal ela está tranquila na sua jornada, cada vez mais calma; a filha, a mulher responsável por ela é quem me preocupa. Vejo um corpo exausto, envergado pela solidão e as responsabilidades, as culpas, os medos. Alguém só, em confinamento com a loucura e o fim, mantendo-se quase seca na margem na sanidade e da vida, tantas vezes arrastada pela correnteza feroz que é ser inteiramente responsável pela sobrevivência de alguém. Enquanto ela fala muito rapidamente sobre os problemas de hoje, os traumas do passado, as narrativas encantadas, não deixo de ver um arquétipo mulher sob o peso do patriarcado: confinada e sozinha, julgável, despetalada. Nessa filha, enxergo a solidão que acompanha as minhas amigas-mães. Se por um lado não nos responsabilizamos por nossas crianças, de outro negligenciamos os nossos velhos. Ávidos por juventude, sucesso, prazer, experimentamos a vida como drops, sem se dar ao trabalho de aprender com os velhos, se doar para quem não tem mais tônus para encarar a vida. Não cuidamos das pontas do nosso bando, fechamos os olhos para as dores que precisam de visita, escuta, suporte. Não queremos lidar com o fim, e cheios de birra, viramos a cara para os velhos.
No ano que minha avó nasceu, dona Queta se casou. Sei da dificuldade de minha avozinha em lidar com o mundo: tv, tablet, carnaval, whats, a falta de respeito. "Ninguém quer saber dos velhos", ela diz. Sempre jogado pelos cantos da minha cabeça, ignoro o pensamento de que se aproxima, cedo ou tarde, o dia em que será minha avozinha sentindo a vida deixar seu corpinho resistente ao tempo. Penso que tenho sorte de estar perto, mas também sei que estou tecendo minhas responsabilidades de futuro breve. 
Não descola da minha retina o sorriso que ela derramou em mim quando toquei sua mãozinha tão magra, seus olhos amarelados incógnitos. Quer comer polenta com quiabo, precisamos com certa urgência providenciar. No fim, limitadíssima no meu mundinho, só quero e posso proporcionar prazeres efêmeros, arquitetar as melhores memórias possíveis. Desejo que sobre para a Nice qualquer boa lembrança do fim de sua mãe, apesar da exaustão, apesar do cansaço. Anseio por ver a alegria delas de ver a comida ser apreciada, as estranhas ouvintes. 
Esse misterioso ofício que nos demos, de romper o cotidiano, abraçar passados e ouvir histórias.

Trabalhava na roça
Carpia café
Abanava café
Apanhava muito
Não era ruim não, a vida.

segunda-feira, 11 de dezembro de 2017

Webdoc, imersões e expansão de horizontes

Nessas de me inscrever em tudo que aparece, acabei caindo no Hackathon WebDoc Novo Centro do estúdio Crua. Foi uma surpresa sem tamanho ver meu nome na lista de selecionados, e outra surpresa maior ainda me ver ali, analógica e autônoma, no meio de um monte de profissionais do audiovisual, mestres, doutores e a coisa toda. A proposta era "simples": 16 profissionais criarem um webdoc sobre o centro novo em 6 dias.
Parecia ótimo, mesmo sem nem saber o que raios é um webdoc. Foram várias emoções fortíssimas, uma experiência que não só alargou os horizontes de possibilidades para vários projetos, Trajetos incluso, mas afetou meu corpo, minha disposição, os meus olhos para o centro de sp, já tão cansado nas minhas retinas. Processos imersivos são maravilhosos, adoraria ter uma experiência assim por trimestre (tá jogado pro universo!).
Exercício contínuo de registro de processo, sinto muito não ter conseguido fazer isso em audiovisual. A partir das anotações feitas durante os dias de processo, busquei organizar aqui as referências e ideias gerais apreendidas durante o curso.

Referências

WEBDOCS


Plataformas


Bibliografia




Comofas WEBDOC

  • ***NÃO SE APEGUE MUITO ÀS IDEIAS***
  • a história é o mais importante
  • material para internet, utiliza ferramentas disponíveis apenas online
  • questões urgentes/ direitos humanos/ documental/ patrimônio/ memória
  • novas abordagens
    • design/ plataforma como expansão de informação/ fluidez
    • roteiro não linear
  • mudança de paradigma: o consumidor também é produtor
  • take action: como o público pode se envolver
  • para criar fluxo para a web é preciso contato direto e envolver personagens
  • diálogos com a comunidade
  • a partir do tema, abrem-se as possibilidades de abordagem e coleta de material 
  • o tema central desdobra-se em subtextos
  • categorização de informações: permite diferentes narrativas
  • guiar navegação: que o site seja intuitivo e autoexplicativo
  • mesma id. visual para todas as plataformas: coesão entre diferente formatos/ adaptação de linguagens/ como atingir diferentes públicos
  • hierarquia de menus
  • indicar quais caminhos já foram seguidos (menu linear)
  • a interface e as opções de caminho: usabilidade
  • taguear os materiais para saber onde/ como usá-los na interface
  • ambiência sonora
Linhas gerais
  • digital storytelling: como a história será interativa
  • desenvolvimento: ferramentas e plataformas
  • digital design: id. visual, iconografia, usabilidade, elementos gráficos
  • UX: projeto/ ferramentas/ hierarquias de informação
    • wireframes (rascunho de estrutura)
    • mapa de navegação (importância/ caminhos): tags, ícones
    • design de interação
  • tema/ problemática/ equipe/ período/ atuação/ conteúdo
Pensando o Centro
  • processos de remoção dos elementos negros do centro - e os movimentos de resistência
  • Tebas, construtor negro alforriado
  • coletivos de catadores e estruturas femininas
  • Vale do Anhangabaú: fonteira entre centros novo e velho
  • pólo de lixo, concentração de população de rua, equipamentos públicos de saúde e cuidados